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MEU PONTO DE VISTA

Todo ponto de Vista… é a vista de um Ponto! – Leonardo Boff

Você já se perguntou qual é sua visão do mundo?

Já pensou em como esta visão, consciente ou inconscientemente, influencia ou até mesmo dirige a maneira como você se sente, se expressa e atua?

Eu me faço estas perguntas várias vezes e aprendi a questionar também a visão de mundo das pessoas que cruzam meu caminho, no papel de amigos, professores, autores, influenciadores, principalmente aqueles que tentam ser (ou que eu escolho adotar) como mentores, pessoas com quem desejo aprender, dialogar mais profundamente e até mesmo compartilhar algumas causas.

Pois bem, acho justo que você também conheça o meu ponto de vista para que fique clara a forma como desejo contribuir para a construção de um mundo melhor. E aqui já temos um ponto de vista a avaliar. Acredito que a maioria de nós deseje um mundo melhor, mas o que isto significa para cada um de nós pode variar imensamente, não é?

Do meu ponto de vista, um mundo melhor seria aquele em que todos os seres humanos tivessem ambiente, estímulos e oportunidades para florescer. Mas, alguém pode perguntar, florescer de que ponto de vista?

Eu respondo: Do ponto de vista da Psicologia Positiva, para a qual uma pessoa floresce quando atinge a plenitude, que os antigos filósofos chamavam de a boa vida – desenvolvendo seus potenciais, tomando consciência, explorando e colocando em ação suas forças e virtudes, cultivando sua autenticidade ao mesmo tempo em que se integra ao coletivo, vivendo mais emoções positivas do que negativas, experienciando mais momentos de flow, construindo mais relacionamentos positivos, encontrando sentido e satisfação com a própria vida, dedicando-se a causas maiores do que ela mesma, o que lhe confere um senso de contribuição e legado.

Obviamente este ponto de vista parte de um lugar profundamente humanista, que vê o ser humano não de forma utilitarista, mecanicista, preso ao imediatismo do mundo fluido. Um ser pleno de potenciais inerentes e cultiváveis, que precisam encontrar ambiente favorável para vir à tona, já que nenhuma das dimensões do florescimento acontece de fato sem que a pessoa possa ser ela mesma, sem que possa atuar neste mundo a partir de suas forças autênticas.

E do meu ponto de vista, o que vejo? Um grande número de pessoas dominadas pelo medo, angustiadas pela insegurança, presas entre conflitos e frustrações, tentando ser o que outros desejam que elas sejam ou agradar a todos, fragmentando-se e descolando-se da própria essência.  Vejo uma grande fome de sentido, um forte sentimento de impotência, vários casos de vazio, de solidão e de desengajamento com a própria vida.

Como diria Otto Scharmer, vejo três grandes rupturas. De ser humano para ser humano, do ser humano com a natureza e do ser humano com ele mesmo.

Do lugar de onde observo, do chão onde meus pés pisam e minha cabeça pensa, vejo toda esta situação causando uma forte pressão sobre crianças e jovens, para os quais já não temos tempo – nem cronológico, nem mental, nem emocional. E por quê?

Porque perdemos a noção do que é de fato essencial. Como um doente que passou a vida apenas tratando os sintomas, perdemos a noção das causas. Como o herói d’O Cavaleiro Preso na Armadura, nós nos confundimos com a personagem (ou com as personagens) que criamos e perdemos muito da nossa sensibilidade. Nos afastamos do simples. Perseguimos a outra “boa vida” – a das propagandas comerciais, do consumismo, do ter, do poder, do parecer.

Acreditamos no canto da sereia e nos atiramos ao mar das tarefas infindáveis, das causas alheias, dos apelos externos, e esquecemos da criança – aquela que habita em nós e aquela que chamamos de filho ou filha, aluno, aluna, o pequeno cidadão, a pequena cidadã.

Do meu ponto de vista, a sociedade seria muito mais saudável e feliz, se desde a infância todos recebessem apoio, acolhimento e incentivo para o cultivo dos pilares do bem-estar subjetivo, que quando bem trabalhados levam ao florescimento.  E neste particular temos falhado miseravelmente, como pessoas e como sociedade.

Já temos conhecimento o bastante para oferecer às nossas crianças elementos que as ajudem a desenvolver seus potenciais, fortalecer seu caráter e traços positivos, reconhecer e utilizar suas virtudes, apropriar-se de suas forças autênticas, aprender a gerir suas emoções, acreditar em sua capacidade de transformar o mundo, encontrar significado e sentido profundos na vida.

Mas, como vimos acima, será preciso rever nosso modo de vida, nossas crenças, a forma como distribuímos ou oferecemos acesso aos recursos, nossas prioridades individuais e coletivas.  Será preciso trabalhar as estruturas sociais, por mais justiça e inclusão.  Não dá para fazer da felicidade outra espécie de produto neoliberal meritocrático e individualista. É preciso avançar coletivamente, partilhar, cooperar, colaborar, unir esforços, incluir, não deixar ninguém de fora.

E até que o cultivo do bem-estar e o fomento ao florescimento se tornem políticas públicas, como no auge das nossas utopias, há muito trabalho a fazer aqui e agora.

E foi por isso que incialmente escrevi o livro “FAZ SENTIDO PRA VOCÊ?” e, mais recentemente, criei o projeto EDUCAR PARA A VIDA PLENA.

É deste lugar que falamos, é deste ponto de vista que enxergamos o mundo e é a partir dele que desenhamos as nossas soluções e propostas de trabalho, nossas ações educativas, nossas canções e tudo mais.

Este é nosso porquê, que definirá o nosso como, mas este é um assunto para outro momento.

Sei que não sou o único a pensar e agir a partir deste ponto de vista, ou de um lugar semelhante a este e, por isso mesmo, vivo à procura dos meus pares. E tenho encontrado muita gente boa! Se quer fazer parte desta jornada e engrossar esta comunidade, fica aqui o convite.

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Este post tem 4 comentários

  1. Patrícia Sarmento

    Amei o seu ponto de vista, César!
    Temos muito em comum, identifiquei tantas referências e infelizmente também tantas dores partilhadas por uma sociedade do outro lado do Atlântico, onde habito.
    Talvez por isso, as soluções possam ser idênticas e talvez mais simples do que possamos pensar, se cada um fizer a sua parte 🙏

    1. Sim, Patrícia! Como seres humanos, a despeito de toda diversidade, temos tanto em comum. Obrigado por suas palavras. Só hoje eu percebi que era preciso aprovar os comentários para que eles aparecessem aqui!

  2. Neusa Fernanda Carvalho

    Faz todo sentido! Lindo ponto de vista 💜

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