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Imagem Pixabay (editada)

UM CONVITE À REBELDIA

“Dos proletários, nada a temer. Deixados à própria sorte, eles vão continuar, de geração em geração e de século em século, a trabalhar, reproduzir-se e morrer, não apenas sem impulso algum para se rebelar, mas sem conseguir entender que o mundo poderia ser diferente.”

George Orwel

Esta frase está no livro 1984, o grande clássico de Orwel, que, por mil motivos nem sempre justificáveis, só estou lendo agora.  Mas, por que eu traria uma frase desta para este espaço de discussão sobre a educação positiva e a parentalidade baseada nas forças?

Ora, estas duas abordagens derivam de uma mesma fonte, a Psicologia Positiva, por alguns chamada de ciência do bem-estar, que concentra seus esforços essencialmente em tornar a vida das pessoas mais plena e feliz e em identificar e desenvolver talentos, propondo modelos, abordagens, intervenções e uma gama de conhecimentos que comprovadamente colaboram para o cultivo das forças autênticas e para o florescimento das pessoas, porém…

Porém, o quê?

Porém, o acesso a esta fonte incrível é ainda muito restrito.

São raríssimas as escolas que incorporam o estudo e o cultivo dos pilares do bem-estar humano em seu currículo, e mais raras ainda aquelas que incluem professores, papais e mamães nos poucos projetos existentes, indo além das palestras introdutórias. Por consequência, são pouquíssimos os professores treinados para trabalhar os pilares do bem-estar e as Forças de Caráter junto às crianças, por exemplo.

São poucos os pais que têm contato com tais abordagens que, assim como outras igualmente muito boas, ficam circunscritas às famílias com maior acesso à cultura, a bons livros, cursos e formações alternativas. Mesmo entre estas, nem sempre há o real interesse, pois, a visão pragmática e utilitarista do que seja a educação, privilegia aquilo que o “deus mercado” privilegia, ou seja, o que dá dinheiro, ainda que o sucesso material muitas vezes se conquiste em detrimento da saúde mental, emocional e espiritual das pessoas.

Se o mercado não valoriza, os governantes não se importam, as escolas não priorizam, os professores não têm condições de trabalho e os pais não exigem, os projetos existentes quase sempre ficam por conta de iniciativas particulares, de educadores e gestores visionários, empresários idealistas ou pais muito sensíveis aos problemas humanos.

E esta massa imensa de pessoas, incluindo crianças e adolescente, “deixados à própria sorte, vai continuar, de geração em geração e de século em século, a trabalhar, reproduzir-se e morrer, não apenas sem impulso algum para se rebelar, mas sem conseguir entender que o mundo poderia ser diferente”, parafraseado George Orwel.

Sim, o mundo poderia ser diferente.

Poderia ser muito diferente se, por exemplo, além de uma educação formal de mais qualidade, o ensino e o cultivo dos pilares do bem-estar humano se tornassem política pública, presentes em todas as escolas e acessíveis a todas as classes sociais, de forma permanente e regular, com professores especialmente dedicados a isso.

Poderia ser muito diferente se papais e mamães também pudessem estudar e mergulhar nestes assuntos, além de aprender pelo menos o básico sobre o cérebro da criança e do adolescente, incorporando as contribuições da neurociência, dos estudos da Inteligência Emocional e da Inteligência Espiritual também.

Poderia ser muito diferente se todas as instituições humanas tivessem como parte de sua missão fomentar o desenvolvimento integral dos potenciais humanos, cuidando sempre das pessoas.

Poderia ser diferente, também, se desta forma, todas as crianças recebessem estímulos e oportunidades para florescer, trazendo ao mundo a contribuição de suas forças pessoais, respeitadas em sua singularidade e valorizadas em suas expressões e contribuições pelo bem comum.

Lutar para que este cenário se torne realidade é a nossa proposta de rebeldia, de rebelião, de não conformidade ao que aí está. Afinal, já temos conhecimento cientificamente embasado e recursos tecnológicos, além da própria realidade à nossa frente, que escancara a necessidade de mudança.  

Mas, sem ilusões imediatistas: esta é daquelas lutas em que a gente precisa se munir de esperança, coragem e determinação para preparar o terreno, lançar as sementes, cuidar que elas germinem e trabalhar para que vinguem, mesmo sabendo que os frutos mais doces serão colhidos e saboreados apenas pelas gerações futuras.

Faz sentido pra você? Então, vamos juntos?


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